É mais um grande álbum de um grande senhor do Norte... Pedro Abrunhosa. Cada vez mais poeta do que cantor, Pedro Abrunhosa conquista-nos pelas letras das músicas e embebeda-nos com as suas metáforas,seus simbolismos, mas também pela forma directa como toca nas feridas da sociedade. Esta é a minha escolha...
Sem sabermos,
A cidade parou,
Uma noite,
Que afinal não chegou.
E tu como um livro,
No branco das páginas
E eu a ler-te nas lágrimas,
Que a manhã acordou.
Sem sabermos,
Inventámos a dor.
A vida é um jogo,
Um instante infinito
Um quarto de fogo,
A esconder cada grito.
Sem saber,
Abracei-te demais,
Uma porta fechada,
Os teus passos na escada
A fazerem sinais.
A vida é um jogo,
Um instante infinito.
Um quarto de fogo,
A esconder cada grito.
E Antes do fim,
Antes de ti.
Amanhã, parto contigo.
Amanhã, foge comigo.
Amanhã, longe daqui.
Amanhã, leva-me em ti.
Sem saberes,
Escrevemos as ruas,
Uma sombra,
Desfazendo-se em duas.
E tu como um filme,
Na vertigem da morte
Eu aqui nesta sorte
A mão a um passo da pele.
Sem saberes,
Inventaste-me o céu.
A vida é um jogo,
Um instante infinito.
Um quarto de fogo,
A esconder cada grito
Antes do fim,
Antes de ti.
Amanhã, parto contigo.
Amanhã, foge comigo.
Amanhã, longe daqui.
Amanhã, leva-me em ti.
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