Foram três fantásticos meses de férias, mas passaram a correr. Para trás ficam a cidade de Florianópolis, em especial a Lagoa da Conceição, um Natal diferente de todos os outros, a magnífica passagem de ano na praia e todas as viagens realizadas. Tudo isto continua a fazer desta a melhor experiência de sempre. Conhecer Montevideo e Buenos Aires foi fantástico e, apesar da azarada doença em pleno Carnaval, ainda deu para sentir a folia que invade as ruas brasileiras nesta época do ano.
Mas como tudo o que é bom tem sempre um fim, com o passar do tempo chega a altura de fazer as malas e voltar para as aulas. As malas estão cada vez mais cheias e a dificuldade em saber “Como é que eu vou levar tudo para Portugal?” começa a tornar-se dramática. Prendas, recordações, compras, papelada da universidade, entre outras coisas, vão ocupando o quase inexistente espaço do momento em que cheguei ao Brasil. Mas esta é uma preocupação para daqui a mais alguns meses…
O regresso às aulas é nesta altura momento de conhecer novas pessoas. Primeiro pela chegada dos novos intercambistas. Ao todo seremos nove durante este semestre, de três nacionalidades diferentes: a portuguesa, a espanhola e a francesa. Nos primeiros dias já dá para entender que este grupo ainda vai dar que falar. Uma saída e uma grande jantarada à brasileira, com o feijão preto, o arroz e a farofa, fazem antever uns meses bastante divertidos. A francesa (que ainda não chegou) que se prepare.
Em segundo lugar pela presença em cadeiras de turmas diferentes das do semestre passado. Acabamos sempre por conhecer alguém (aqui a língua não cria qualquer barreira, a não ser quando os brasileiros não nos entendem) mesmo que seja apenas pela curiosidade de saber como é a vida em Portugal, o que nos fez escolher o Brasil e se estamos a gostar da nossa estadia.
Por fim, o estágio na TV Univali vai com certeza proporcionar, para além de conhecer mais gente, uma experiência que dificilmente poderia ter em Portugal. O estágio começou esta semana e durante este mês vou acompanhar as saídas de reportagem. Já no próximo a história será outra. O telefone espera-me. A marcação de entrevistas e pautas para os jornalistas fará parte do meu dia-a-dia. Pode ser que seja desta vez que eu perco a minha alergia com os telefones… A partir de agora acabam os dias relaxados até às seis da tarde, já não há tempo para fazer os trabalhos no próprio dia, nem para manter a cor morena trazida do verão. Os dias são uma verdadeira correria. De manhã, o tempo fica reduzido ao pequeno-almoço, preparar o almoço e sair para a Univali para entrar na TV. Até às seis dura o estágio e a partir das sete começam as aulas. Por volta das dez da noite chega a hora de regressar a casa. Já cansado só resta jantar e dormir o máximo possível para voltar a acordar no dia seguinte e fazer o mesmo. Pior só mesmo as quartas-feiras em que o despertar é às sete da manhã e o recolher à mesma hora de sempre.
E com isto tudo o tempo que me resta no Brasil vai com certeza passar depressa. Portanto para terminar fica um simples até já.
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